segunda-feira, 29 de junho de 2009

GRUPO DE DULCITAS

No dia 28 de junho, sob a regencia de Beetholven Cunha, tive a alegria de ouvir o grupo de flautas "Sopro Divino". Teatro João Paulo II com apenas 15 pessoas. Grupo de crianças e adolescentes preparados por Nivaldo Nascimento, sopram os quatro naipes de suas flautas com a suavidade e precisão dos que são bem orientados musicalmente. Som redondo, equilibrado. Desencontros rítmicos aconteceram, o que é natural e ocorrente em jovens que somente agora tomam contato com a arte musical. É importantíssimo frisar que o realmente relevante é o fato de terem realizado Música, na verdadeira acepção da palavra. Naipes equilibrados, sonoridade obedecendo às nuances exigidas pelos estilos. Fomos da Renascença ao contemporâneo, com a surpreendentemente tonal "Filium Dei Unigenitum" de nosso Beetholven Cunha, sabidamente envolvido com as novas estéticas e linguagens do século XX.
Lamentável, em todos os sentidos, foi ver o teatro vazio! Nossas autoridades nada fazem para contornar o problema. Bastaria agendar com colégios do estado e município, arrumar uns ônibus, e proporcionar aos alunos um concerto de real valor, com jovens tocando para jovens, despertando curiosidades, suscitando o surgimento de talentos musicais. Seremos, assim, e sempre, a terra do nunca, afogada no vazio cultural. Nas ruas, apenas os grandes festejos juninos e a famigerada Micarina, com a mídia totalmente envolvida em levar multidões para ver e ouvir música de péssima qualidade! Até quando nós, os músicos desta terra, suportaremos tamanhas barbaridades contra a cultura? Até quando tocaremos para as cadeiras dos teatros e auditórios dessa cidade?
Fica, pois, mais uma vez, meu incentivo ao trabalho de Beetholven Cunha e Nivaldo Nascimento que, com o apoio da Fundação Monsenhor Chaves, teimam em realizar esse trabalho insano de espalhar sementes, na esperança de que caiam no terreno fértil, no coração talentoso de alguém que os ouça.