quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

OBRIGADO, KENARD !

Transferí para meu blog o comentário de Kenard Kruel sobre essa antiga foto (1981). Saudades imensas me acometeram ao rever Raimundo Pereira que à época ainda era barítono, e sobretudo meu querido Joãozinho, soprano(!!!), filho de Volta Seca, cangaceiro de Lampeão que, após o massacre de Angicos, mudou de nome, trabalhou nos Correios, morou toda a vida no Parque Piauí, e morreu em São Paulo. Passei interessantíssimas horas com o pai de Joãozinho, João Cordeiro de Jesus (Olhem a ironia do nome que escolheu!), sabendo detalhes de sua vida no cangaço, vendo fotos, indumentárias, e manuseando a famosa "Papo Amarelo", cheia de tracinhos a indicar o número de adversários abatidos. Dia de finados, vários anos seguidos, acompanhei a angústia de Volta Seca, lamentando seus feitos do passado, invadindo o quintal com velas, a reclamar o perdão de Deus.
Joãozinho é formado em Enfermagem, mora em São Paulo, e nos visita regularmente. Com a morte da mãe, D. Dasinha, suas visitas certamente se tornarão mais raras.
Obrigado, Urso hibernador, por me fazer relembrar tantos momentos felizes!

Tempo, tempo, tempo

Fred Morroquim, o regente nota 10 do Piauí (importado de Maceió), fazendo o que ele mais gosta de fazer, depois de pianar, beber, comer e dormir (não necessariamente nessa ordem dos tratores). Foto sem crédito (mas, ele tem).

sábado, 20 de dezembro de 2008


BEETHOVEN ( II )


Assistimos, dias 16 e 19 de dezembro deste A.D. de 2008, na Igreja das Dores, a aparesentação de Natal da O.S.T., sob a regência de Aurélio Melo, coral e solistas. A 9ª Sinfonia de Beethoven (1º e 4º movimentos) foi executada. Preferí a estréia à segunda apresentação. Aliás, foi rematada loucura cantá-la quatro vezes no curto período de uma semana, pois a obra puxa muito pelo corpo coral e solistas.
Diante da complexidade da peça, fiquei positivamente surpreendido com os resultados obtidos, especialmente o grupo coral, que sustentou bravamente os trechos mais difíceis. O quarteto de solistas, porém, deixou muito a desejar, mormente onde cantam conjuntamente. Entre os compassos 830 e 842 da partitura usada, o quarteto quase comprometeu toda a performance, quando a soprano, Lúcia Alvino, em trecho ascendente, não atingiu o si 4, arrastando os companheiros de quarteto à desafinação. O trecho nos diz: "Alle Menschen werden Brüder, Wo dein sanfter Flügel weilt" (Todos os homens irmanam-se, lá onde resvala tua branda asa) . Além disso houve muita desigualdade de volume. Ouvia-se mais o soprano e o barítono (Aislan Leal). O tenor, José Ailton, no que pese a bela voz, pouco brilhou onde deveria brilhar. Quase não se ouviu a mezzo-soprano Luana Campos. O substituto de Aislan Leal, barítono Ananias Júnior, já no Recitativo inicial, nos brindou com uns "portamentos" (condução, deslizamento entre duas notas) inaceitáveis. Quarteto de vozes fraco, portanto.
A orquestra deve seus desencontros rítmicos, suas falhas de afinação e falta de brilho sonoro. (especialmente as cordas). O regente, finalmente, se desligou da partitura e olhou mais para seus comandados. As madeiras precisam "desentupir" alguns de seus instrumentos mas, em compensação, os metais foram bem. A percussão, em certos momentos, "cobriu" toda a massa sonora da orquestra com seus excessos.
Feita a crítica técnica, estritamente musical, construtiva, resta-nos elogiar a iniciativa, louvar os preparadores Débora Oliveira e Hilson Costa, a ousadia de José Reis - este batalhador em prol da cultura piauiense - , o esforço de toda a orquestra, regente e coral.
Certamente a 9ª de Beethoven, pelas suas dificuldades técnicas, só veio somar para o desenvolvimento musical dos que dela participaram, além de enriquecer a vida cultural de nossa cidade. Parabéns!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

EXERCENDO A FUNÇÃO...


Duo Camerístico Allegro Giusto, em ensaio.

TRAJETÓRIA ARTÍSTICA

Frederico Marroquim nasceu em Maceió, em 1946. Aos cinco anos inicia seus estudos de piano com Lulne Medeiros e Hilda Calheiros. Filho de compositor e pianista, o ambiente familiar culto o desenvolve sobremaneira. Aos 16 anos vai estudar em Salvador-Ba.nos Seminários Livres de Música da UFBA, sob a tutela do professor suíço Pierre Klose. Segue para o Rio de Janeiro, onde se inscreve na Proarte, na classe de Heitor Alimonda. Posteriormente Íris Bianchi e Arnaldo Estrela o orientam, além de aulas teóricas com Ester Scliar. Começam aí seus concertos públicos.De volta à Bahia, Fernando Lopes é seu mestre, além de Ernest Widmer e Sebastian Benda. É colega dos músicos Jamary Oliveira, Lindembergue Cardoso e Marco Antonio Guimarães. Começa a reger e participar de corais. Volta a Maceió para dirigir o DCC (Departamento de Ciência e Cultura) do governo do Estado, quando promove intensa atividade artística na cidade. Forma-se em piano pela UECE de Fortaleza, e radica-se em Teresina, Piauí, à convite da ETFPI (atual CEFET) para reger o Coral daquela escola. Cria e rege o Madrigal “Ars Antiqva”, o Coral do Cristo Rei, o Coral da AGESPISA,TELEPISA, além do Coral SELOENCANTO, dos Correios. Representa o Piauí em cinco FEMACO (Festival Maranhense de Coros) e participa de encontros FUNARTE de Regência Coral em Brasília, Vitória e Londrina. Rege em Belo Horizonte e Maceió, além de Anápolis, onde também é jurado do V Concurso Nacional de Piano “Orestes Farinello”ao lado de Volga Lena e Eudóxia de Barros. Participa de inúmeros concertos acompanhando Maristela Gruber, Lindaura Carvalho e Raimundo Pereira. Agraciado com a medalha “Conselheiro Saraiva” da Prefeitura de Teresina, pelos serviços musicais prestados à cidade, é, além de Regente do Coral do CEFET, professor de História da Música, Piano, Percepção musical, Prosódia e Etnomusicologia do Curso Técnico em Música do CEFET – PI. É arranjador de YANTRA, banco de partituras sediado no Rio de Janeiro. É compositor e teve músicas gravadas em CD na Rússia pela soprano Elena Obraztsova, e tem em Maristela Gruber sua grande divulgadora na Espanha. Grava, ainda em 2004, CD com obras de Mário Marroquim, seu pai .No CEFET, em convênio com a Secretaria de Educação do Estado, desenvolve um projeto de recitais didáticos, tendo feito 16 recitais em 2003, atingindo mais de dois mil alunos da rede estadual de ensino.O projeto “Música e Juventude” prossegue em 2004, sempre às sextas-feiras pela manhã, no auditório do CEFET .Atualmente Frederico Marroquim e Caio Michel Cardoso da Silva, jovem violoncelista, formam o” Duo Camerístico Allegro Giusto”, com repertório erudito e popular, tendo se apresentado por diversas vezes em Teresina, Floriano e Picos. Em 2009, o duo, que já tem mais de dois anos de existência, tem projeto para tocar em diversos colégios da capital, na tentativa de formação de público consciente e crítico, além de descobrir entre os jovens novos talentos. O trabalho do Duo Camerístico Allegro Giusto pode ser apreciado no Youtube. Para isso basta digitar o nome – Frederico Marroquim.